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domingo, 31 de dezembro de 2017

Graças a Deus

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Marcela era uma mulher de fibra. A vida não tinha sido generosa com ela e por isso tudo o que tinha era fruto de trabalho e muito suor.

Nascida em uma família humilde do interior de São Paulo, teve que trabalhar desde cedo para ajudar os pais. Acordava cedo e ia dormir tarde. Seu Raimundo, pai de Marcela, não gostava de ver sua única filha naquela situação, porém não via outra solução. Sua mulher estava muito doente e não podia acompanha-lo no trabalho.

Crescendo nessa atmosfera, Marcela se tornou uma mulher responsável e dedicada a família. Não tinha tempo ruim para ela. Era, como se diz no popular, pau para toda obra. E não pensem que ela era uma pessoa triste por causa disso. Não senhor! Tinha orgulho dos seus pais e do lugar onde nasceu e cresceu, pois sabia que eles haviam feito tudo que podiam para dar a ela uma vida, senão cheia de glamour, digna.

Seu Raimundo não era uma pessoa muito religiosa. Dava para contar nos dedos da mão esquerda quantas vezes pisou numa igreja. Já dona Raimunda, [isso mesmo, você não leu errado], essa era crente, e das fervorosas. Tudo acontecia graças a Deus.

Marcela cresceu ouvindo aquela expressão e junto com a mãe, ia todos os domingos para a igreja, fizesse sol ou chuva (mais sol do que chuva, pois moravam num lugar que só perdia em quentura para o próprio inferno).

Todas os domingos elas andavam 2 quilômetros para chegar até a igreja. Levantavam bem cedo, com o galo cantando as primeiras notas do seu rito matinal. Tomavam café, quando havia, e juntas iam cantando hinos de adoração. No meio do caminho se juntavam a dona Severina e as três, graças a Deus, iam felizes para a Casa do Senhor.

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Marcela cresceu uma mulher de fibra, como descrito no início, e saiu do interior de São Paulo para morar na capital. Lá conheceu Paulo. Apesar da clara afinidade que os dois tinham, demorou até ele tomar coragem e convida-la a tomar um sorvete. Demorou mais ainda para o primeiro beijo. Já para o desabrochar da flor, se é que vocês me entendem, não demorou tanto. Porém, só aconteceu depois que os dois estavam devidamente casados, pois Marcela aprendeu na igreja que só podia conhecer Paulo, na sua total intimidade, depois do casamento.

Não com menos lutas, os dois conseguiram se estabilizar e resolveram buscar os pais de Marcela. Ela queria dar aos dois, nos anos finais de suas vidas, um momento de mais sossego e tranquilidade. Eles mereciam depois de tudo que passaram. E Paulo, mais do que imediatamente, aceitou a vinda deles, pois tinha-os em alta estima.

E assim aconteceu. Seu Raimundo não precisava mais madrugar para ir a até a carvoaria e dona Raimunda não precisava mais se deslocar até o ribeiro mais próximo (1,5 km de distância), equilibrando quilos de roupas na cabeça. Seu Raimundo agora passava o dia na praça, conversando com homens da sua idade, divagando sobre o passado e futuro (uma eleição para presidente estava próxima) e dona Raimunda estava encantada com um aparelho chamado TV. Passava horas vendo o programa de uma mulher que cozinhava muito bem, uma tal de Palmirinha.

Os anos passaram e Marcela e Paulo tiveram 3 filhos. Eles eram as joias da casa. Toda a atenção era para eles. Seu Raimundo não parava de adula-los. Levava-os para tudo que era canto: parques, zoológicos, cinema. Quando possível, ia com eles para sua cidade natal, no interior de São Paulo. Já dona Raimunda não parava de engorda-los. Sim, depois de assistir aos programas da Palmirinha, tomou gosto pela culinária, o que foi um achado delicioso para a família, principalmente para as crianças, pois dona Raimunda se especializou em fazer bolos e doces.

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Certa noite Marcela, depois de checar as crianças, estava indo para o seu quarto quando ouviu um barulho vindo do quarto. Abriu a porta e viu sua mãe com a mão no peito, gemendo de dor. Seu pai, que estava no banheiro, viu o que estava acontecendo e saiu correndo em direção da sua Raimunda. Ele colocou a cabeça dela em seus braços e em vão tentava falar com ela, perguntando o que estava acontecendo. Ela não podia falar. A dor era grande. Paulo e as crianças, acordados pela agitação, se juntaram a Paulo e Marcela e ficaram em volta de dona Raimunda. Todos apreensivos com a situação. De repente, a dor parecia ter passado. Dona Raimunda tirou a mão direita do peito e com ela começou a acariciar o rosto do seu Raimundo. Ele, homem cabra macho, nascido no interior do estado, filho de cearenses e lapidado pelas dificuldades da vida, começou a chorar como criança. Dona Raimunda então olhou bem para ele, piscou duas vezes de forma a acalma-lo e disse, “Está tudo bem.” E com essas últimas palavras, o sopro da vida a deixou.

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Alguns meses se passaram. Marcela estava mexendo nas coisas da sua mãe, revendo fotos que a remetiam a época da infância sofrida do interior. Em uma delas, sua mãe equilibrava uma trouxa de roupas. Ela teve uma mistura de riso com choro. Aquela foto era a expressão da força da sua mãe.

Enquanto remexia nas coisas, encontrou alguns papéis. Limpou as lágrimas para poder enxergar melhor. Não conhecia aquela letra. Não era uma letra bonita, aliás, era a letra de alguém semialfabetizado. Talvez algo que o seu filho mais velho tenha escrito. Leu com mais atenção. Foi quando percebeu de quem era.

Toda empolgada, foi até a sala e reuniu todos: Paulo, seu Raimundo e as crianças. Todos estavam muito curiosos. Ela então disse que iria ler uma carta. Todos ficaram em silêncio. Ela  limpou a garganta, algo típico de quem vai ler algo importante, e começou a leitura.

*Nota do autor: erros ortográficos e gramaticais foram deixados de fora. 




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Querida filha,

É com muita alegria no coração que escrevo esta humilde carta. Peço que ao lê-la, seja em voz alta e para toda a família.

Vocês devem estar se perguntando: ela sabe escrever??? Sim, eu sei. Não tão bem quanto você Marcela, ou o Paulo, ou como as crianças um dia irão escrever. Vocês encontrarão muitos erros nessas linhas, porém saibam que são palavras sinceras.

Bem, o que me motivou a escrever essa carta são as dores que tenho sentido ultimamente. Sei que são sinais de que o meu tempo aqui na Terra está acabando. Por isso quero deixar registrado o que penso.

Passei a noite buscando palavras para descrever o que sinto e cheguei a três palavras que fazem bem esse papel. Palavras que uso desde minha mocidade e que, pelo visto, irei usar também no final da minha velhice.

GRAÇAS A DEUS

Graças a Deus eu nasci, cresci, vivi.
Passei por momentos difíceis? Claro que sim. Porém não me arrependo e nem trocaria eles por nada, pois com eles aprendi muito. Mas há momentos bons também. Nem tudo foram espinhos. Tiveram flores também, muitas.

Graças a Deus conheci o seu pai.
Pensa num homem bruto. Mas é bruto por fora somente. Por dentro é um excelente marido e homem. Lá no interior, fez tudo para nos dar o melhor. Muitas vezes passou fome para que eu e você pudéssemos comer. Meu Deus, como eu amo esse homem. E sabe, das coisas que ele me deu, a mais preciosa é você Marcela.

Graças a Deus você conheceu o Paulo.
Gosto muito dele, viu? Ele é muito carinhoso com você e com as crianças. Você não poderia ter conhecido alguém melhor. O único senão é esse bigode dele. Ele podia tirar, né?

Graças a Deus eu ganhei mais três crianças, os meus netos.
Ah, que delícia de crianças. Amo cada uma delas intensamente. Desejo tudo do melhor para elas. Elas apareceram como um sopro novo nas nossas vidas. E não há nada que eu mais goste do que cozinhar para eles. Vê-los todos lambuzados, com a boca melada de chocolate é um prazer só.

Graças a Deus você nasceu.
Lembra quando disse que passamos por momentos difíceis? Quando fiquei grávida de você, seu pai ficou pistola. Ele achava que não tínhamos como ter um filho. E ele não estava errado. Era uma época complicada. Eu, porém, fiquei feliz, pois seria mãe. Quantas mulheres querem ser e não conseguem. Então você nasceu e fez uma baita diferença na nossa vida. Nos deu força para continuar; nos tirou do interior e nos trouxe para a cidade grande; nos fez parar de trabalhar; nos trata com todo carinho e amor; nos deu a oportunidade de, no fim da vida, curtir um pouco de sossego e conforto; nos deu três netos lindos; me deu a chance de estudar (eu não falei pra vocês, pois estava com vergonha, mas eu entrei no programa da prefeitura que ensina idosos a ler e escrever); entre outras milhares de coisas. Minha amada filha, você não tem ideia de quão orgulhosa eu estou de você, vê-la se tornar a mulher que é.

Bem, minha filha. E meu filho Paulo. (Pra mim você é filho e não genro). E meus netos. E meu Raimundo. Posso ir agora sem nenhum arrependimento ou tristeza no coração, pois tive o privilégio de conhecer e conviver com todos vocês.

Um beijo no coração de cada um de vocês.

E lembrem-se, tudo isso graças a Deus.

Raimunda,
esposa
mãe
avó



Marcela terminou de ler a carta. Olhou em volta e viu que todos choravam, menos as duas crianças menores. Elas ainda não entendiam o que tinha acabado de acontecer. Marcela entendia claramente, pois nutria por eles o mesmo sentimento que sua mãe.

Ela então reuniu todos a sua volta e, sem falar nada, apenas com um gesto, reuniu todos no centro da sala e se abraçaram. Um longo, demorado, abraço.



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Graças a Deus mais um ano se foi.

Graças a Deus mais um ano começa.

Desejo a todos um excelente 2018.

DEUS no controle

HAPPY 2018
  


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quinta-feira, 2 de novembro de 2017

LIFE

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Nota do autor: A palavra finado é um adjetivo que qualifica algo ou alguém que finou, que chegou ao fim, que está morto. Por esse motivo, o Dia de Finados também é conhecido como Dia dos Mortos.

Cinco amigos argentinos resolveram celebrar 30 anos de formatura do segundo grau de forma diferente e inesquecível. Eles se formaram na Escola Politécnica de Rosário, cidade onde viviam, e decidiram que iriam comemorar data tão especial num local mais do que especial, a cidade de Nova Iorque.

No dia 31 de outubro de 2017, acordaram felizes da VIDA. Tomaram café juntos e relembraram os dias de colégio. Em meio a panquecas, ovos e bacons, iam se lembrando dos momentos de alegria e aflição que passaram juntos. Falaram sobre as matérias mais difíceis; sobre os professores mais chatos e os mais legais; sobre os namorados e namoradas.

No dia que os americanos celebravam o fatídico feriado do Dia das Bruxas (Halloween) – feriado que começa a tomar corpo também no nosso país, afinal de conta se é americano é bom (?!?!?!?) – eles davam risada e se divertiam com suas histórias. Dois deles tinham até uma motivação a mais para tanta alegria. Seu time iria jogar o segundo jogo da semifinal da Libertadores da América. Seria um jogo difícil, pois o adversário era o lendário River Plate. Porém, eles estavam confiantes.

Como haviam decidido ainda em Rosário, iriam dar uma volta pela cidade de bicicleta. Sabiam que, como qualquer grande cidade, Nova Iorque sofria com congestionamentos. Tinham todo o roteiro marcado no mapa. Um dos locais que iriam visitar era a Apple Store da Quinta Avenida. Todos já haviam separado o dinheiro para comprar o novo lançamento: o iPhone X.

All set (tudo preparado), pegaram as bicicletas e vagarosamente, afinal não havia pressa, pegaram a ciclovia e começaram o tour pela cidade. Como no café, iam conversando. A cada 2  minutos paravam e registravam o passeio com suas máquinas fotográficas e celulares. E não estavam sozinhos. Outras pessoas tiveram a mesma ideia. E como se estivessem na Torre de Babel, iam se deliciando com os diversos idiomas que iam ouvindo.

Tudo ia maravilhosamente bem quando um caminhão em alta velocidade entrou na ciclovia e atropelou várias pessoas, deixando feridos e mortos, entre eles o grupo de amigos argentinos. O autor de violência atroz é um Uzbequistão batizado (?) Sayfullo Saipov. Homem de 28 anos que decidiu que aquele dia era um ótimo dia para MATAR.

A polícia conseguiu prendê-lo e agora o está interrogando. Ela quer tentar entender o motivo que levou Sayfullo à um ato tão frio e cruel. Loucura? Religião? Ódio? Todas as alternativas? Nenhuma delas? Uma coisa é certa. O grupo de amigos argentinos nunca saberão o porquê.

O que aconteceu nos faz parar e refletir sobre uma frase dita aleatoriamente em casos como esse que nos chocam, mas que é a mais pura verdade: PARA MORRER BASTA ESTAR VIVO.

Definitivamente NÃO temos o controle da vida. Não sabemos o que vai acontecer amanhã. Droga. Não sabemos o que vai acontecer daqui a 10 minutos.

Hoje estamos bem, saudáveis, trabalhando. Amanhã podemos estar doentes e desempregados.

Minha mãe foi ao hospital para uma consulta rotineira e de lá foi para o cemitério. Meu pai já estava há um bom tempo de cama. Sua partida desse mundo já estava anunciada.

Nesse Dia de Finados lembramos daqueles que partiram. Pessoas (familiares e amigos) que de alguma maneira marcaram nossa vida.

Eles se foram. Eles não pertencem mais a esse mundo. Eles não fazem mais parte daqui a não ser nas nossas memórias.

A pergunta que fica é: e nós? O que temos feito com nossa VIDA? Amanhã a MORTE irá bater à nossa porta e o que diremos?

A verdade é que não queremos pensar nisso. Não queremos morrer, apesar de termos total consciência de que isso irá ocorrer. Tanto é que alguns vivem como esse dia nunca fosse chegar, enquanto outros como se hoje fosse o último dia deles na Terra.

Que HOJE, e não amanhã, você pense sim nos entes e amigos queridos que perdeu, mas que pense também sobre a sua vida.

E para terminar esse texto, não podemos deixar de citar Ele, o único que venceu a morte.  Através da sua morte Ele nos trouxe vida: JESUS.

A morte de Jesus é sinônimo de VIDA e aquele que Nele crê não morre e sim VIVE. Não amanhã, mas HOJE.


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domingo, 14 de maio de 2017

Ser Mãe

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O que é ser mãe? Eu nunca vou saber.

Uma manchete tomou conta da cidade de São Paulo nessa última semana. Mulher pula na linha do metrô depois que filho cai nos trilhos. Foi um desespero só. As pessoas ficaram atônitas com tal ato e várias versões foram dadas. “Ela se suicidou e ainda levou as crianças com ela”. “Ela foi empurrada”. A versão oficial é a de que o seu filho caiu nos trilhos e ela mais do que imediatamente foi atrás. Detalhe: ela estava com o filho mais novo no colo. Depois do grande susto (isso mesmo, não houve mortes nesse episódio), lhe perguntaram o porquê de tal ato. Ela virou para a pessoa e simplesmente respondeu: instinto materno.

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Mulher pega um atalho para chegar mais rápido em casa. Enquanto ela fala ao telefone seu filho brinca nos escombros do que um dia foi uma bela casa. Como toda mãe, ela está com um ouvido voltado para a conversa e outro voltado para o filho. De repente ela não ouve mais a voz do menino. Começa então a busca. Ela vai de um lado a outro até que finalmente vê o seu filho. Ele está dentro de uma poça enorme d’agua que se formou com a chuva da noite anterior. Ele está indo ao encontro inevitável da morte. Quando ela vê seu filho amado sucumbindo, não pensa duas vezes: cai de roupa e tudo na água e resgata o seu filho da morte iminente. Um detalhe deixa todos estupefatos: ela não sabe nadar. Ao ser questionada do porquê de se atirar na água daquela maneira, ela simplesmente responde: instinto materno.

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Arqueólogos chineses encontraram dois esqueletos entrelaçados. Esse abraço que ficou petrificado por mais de 4 mil anos é de uma mãe e seu filho. A mãe parece tentar proteger o seu filho de um terremoto que aconteceu na província de Quinghai, no centro da China, há cerca de 2000 a.C. (antes de Cristo). Um cientista equipado com a mais alta tecnologia conseguiu reproduzir o que seriam as últimas palavras daquela mãe. E numa conferência realizada o ano passado em Xangai ele finalmente revelou o que aquela mulher disse ao se ver acuada e tendo abraçado o pequeno filho pela última vez: instinto materno.

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Um repórter encontrou uma mulher de rua e uma criança num dia de muito frio. A mulher que claramente estava doente devido ao frio, estava com uma blusinha simples e fina. Já o seu filhinho estava com um agasalho bem aconchegante. A mulher disse que tinha dinheiro para comprar somente uma peça de roupa. Ela tinha que fazer a escolha entre ela e o filho. Não pensou duas vezes e comprou para o seu filho o melhor moletom que o seu pouco dinheiro poderia comprar. O repórter então indagou a pobre mulher do porquê de tal escolha e ela simplesmente respondeu: instinto materno.

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Uma mãe assistia sua série de TV favorita (The Walking Dead) enquanto sua filha de 2 anos brincava no sofá. Ela estava tão atenta na cena de ação que sucumbiria na morte do mocinho do seriado que ela não percebeu que sua filha estava prestes a cair do sofá. E foi isso que quase aconteceu. Porém, como num passe de mágica e tão rápida quanto o personagem do seu seriado, ela se virou e se jogou em direção a criança e como num milagre livrou sua filha de ter batido com a cabeça no chão. Ela então puxou sua filha para o seu lado e começou a beija-la. A criança, sem entender nada, simplesmente sorria. O pai, vendo aquilo com incredulidade, perguntou como ela tinha feito aquilo. Ela simplesmente respondeu: instinto materno.

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Histórias como essas são relatadas diariamente e podem ser encontradas em todos os lugares do planeta, o que nos leva a tão famosa frase: mãe é tudo igual. Só muda o endereço e a cor e a altura e o peso e o cabelo. Mas o essencial, a alma, o interior, ah isso é igual, seja a mãe brasileira, ou americana, ou francesa, ou chinesa. E por mais que nós homens tentemos entender esse ser ou nos igualar a ele, nunca chegaremos próximos. Não acredita? Pergunte para os seus filhos. Tenha a coragem de perguntar “filho, de quem você gosta mais: do pai ou da mãe”? Muito provavelmente algumas crianças serão burocráticas como os adultos e dirão “amo os dois de forma igual”. Mas a maioria dirá em alto e bom tom: “Sabe, gosto do papai. Ele é legal. Mas amo mais a mamãe. Ela é demais”.

Mas qual o porquê dessa escolha? O que será que faz as crianças quase que automaticamente entrarem para o time das mamães? A resposta é pura e simples: instinto materno, aquele sentimento de proteção, de buscar o melhor, de saber o que é melhor, de punir quando tem que punir, mas também saber elogiar.

Os pais também possuem esse sentimento de amor e proteção, mas num nível muito menor. Quer um exemplo? Passe em frente a uma penitenciária em dia de visita e olhe as filas. Você não verá um só pai nela. Somente esposas, namoradas e muitas e muitas mães.

E porque essas mães fazem isso? Por que acreditam que seus filhos são inocentes? Algumas até pensam isso. Porém, elas fazem isso porque é o natural delas. Proteger os filhos faz parte do DNA delas.

Toda a mulher nasce com um chip programado para amar e proteger, apesar de hoje em dia muitas mulheres terem esse chip danificado, ou pior, saem de fábrica sem esse chip, visto o número de mulheres que não querem ter filhos.

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A minha mãe, dona Almerinda, também conhecida como Santinha, nos deixou há 6 anos, mais precisamente no dia 03 de fevereiro de 2011. Posso falar com certeza que ela nasceu com esse tal chip. Ela nos amava e nos protegia demais da conta e como ela faz falta.  

Se pudesse descrever minha mãe em uma palavra, eu diria que ela foi uma grandíssima mãe. Acredito não haver adjetivo melhor do que esse: mãe. Eu sei. Mãe não é adjetivo e sim substantivo. Mas imagina como seria legal se pudéssemos endereçar as pessoas como mãe.

- Uau. Isso foi muito mãe da sua parte.

- Caraca. Que coisa mais mãe.

- Meu, isso é mãe demais. Tá loko!!!

- Rapaz. A minha mãe é muito mãe.

A palavra mãe acima poderia facilmente ser substituída por amorosa, carinhosa, protetora, sábia, inteligente, linda, sensacional, fantástica, hilária, brincalhona, etc. Todas elas cairão como uma luva porque é isso que as mães são. Elas são muito mães.

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Por tudo que elas representam para o mundo. Por todo o amor e proteção que são exalados e distribuídos por onde quer que elas passam. Por tudo isso digo: um dia só é pouco.

Dia das mães deve ser e é todos os dias. Sei que o que falo já foi dito antes, então pergunto:

VOCÊ TEM TRATADO SUA MÃE COMO ELA MERECE?

VOCÊ TEM ABRAÇADO SUA MÃE?

VOCÊ TEM BEIJADO SUA MÃE?

VOCÊ TEM DITO O QUANTO A AMA?

VOCÊ A TEM AGRADECIDO PELO CAFÉ QUE ELA PREPARA?

VOCÊ A TEM AGRADECIDO PELA ROUPA QUE ELA LAVA E PASSA?

VOCÊ A TEM AGRADECIDO PELA COMIDA QUE ELA PREPARA?

VOCÊ A TEM AJUDADO NOS AFAZERES DA CASA?

VOCÊ TEM CONVERSADO COM ELA?

VOCÊ TEM DITO O QUANTO ELA É IMPORTANTE PARA VOCÊ?

Se sua resposta é sim, parabéns. Continue!!!

Se sua resposta é não, não perca tempo!!!

Aproveite sua mãe enquanto você pode, enquanto ela está ao seu lado. Esse é um privilégio que nem todos podem ter. Eu sei que eu não tenho mais.

E lembre-se. Por mais que a amemos, nosso amor nunca será o suficiente para retribuir o amor que recebemos desde o momento da concepção.

E por isso e somente isso que desejo a todas as mães que são e as que ainda serão um...

FELIZ DIAS DAS MÃES




quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

HAPPY BIRTHDAY



Guerreira
Pessoa batalhadora, que luta. Pessoa forte e capaz, que vence os desafios, aquela que não desiste nunca.

04.01.1978 - nasce uma guerreira

- Papai? Cadê o Senhor?
- Estou aqui, Jesus.
- O que o Senhor está fazendo olhando lá para baixo? Papai?
- Xiiiiiii... Silêncio.
- Hmm... Conheço essa expressão... Só pode ser...
- Isso mesmo. Vai nascer a qualquer momento. A Lucélia e o Zé Carlos já estão no hospital.
- Que legal. É o segundo filho deles.
- Filha. Segunda filha.
- É verdade. A primeira foi a Patrícia. A Lucélia e o Zé Carlos não terão meninos?
- Sim. Eles terão um menino e ele se chamará Junior.
- Wow! Que criatividade.
- Eu sei, meu filho. Mas é esse o nome que eles irão dar e temos que respeitar. Mas oh... isso é para mais tarde. Vamos focar no agora.
- Como ela será? Branquinha, moreninha, mulatinha...???
- Ela será meio a meio. Às vezes branquinha... Outras vezes moreninha.
- E o cabelo?
- Às vezes liso... Outras vezes cacheado.
- E o temperamento?
- Às vezes tranquilo... Outras vezes explosivo.
- Será inteligente?
- Sempre.
- Hmm... Estou gostando. Conte-me mais.
- Será estudiosa, bonita, terá um belo sorriso e mais importante: será honesta e justa, sempre buscando o que é melhor não somente para ela, mas para aqueles que farão parte da sua vida. Ela será guerreira. Ela será...
- Papai, desculpa interromper, mas olha lá.
- Opaaa!!!! TÁ NASCENDOOOO!!! TA NASCENDOOOOO!!! Anjos, toquem as trombetas. Minha filha está nascendo.
- Wow. Ela tem uma carinha de... carinha de... joelho.
- Não é lindinha?!?
- Papai, por que toda criança nasce com cara de joelho?
- É para que não haja briga. O ser humano adora uma competição. “O meu filho era mais bonito?” “Não, o meu filho era mais bonito.” Para evitar isso, todos nascem iguais. Todos nascem com cara de joelho.
- Ah, entendi.
- Olha só a cara da Lucélia. Ela está feliz demais, né?
- Tá sim. A Lucélia é gente boa demais, né Papai?
- Oh, se é. Demais da conta.
- Olha lá. A Lucélia vai segurar o bebê.

Jesus abraça Deus e por alguns segundos Eles ficam contemplando mais um milagre. O maior milagre de todos. O milagre da vida.

- Papai, como ela se chamará?
- O seu nome será..... SIMONE.



Simone cresceu e se tornou uma moça bonita, inteligente, de sorriso fácil. Cresceu uma garota determinada a batalhar pelos seus objetivos. Como qualquer criança, era sapeca e gostava de brincar. Desde cedo era responsável tanto nos deveres de casa quanto nos da escola. Sempre foi boa aluna. Estudou pedagogia no Colégio Drummond, localizado na Avenida São Miguel, e trabalhou no Supermercado D’avo, também localizado na Avenida São Miguel.

Nunca recebeu nada de mão beijada. Sempre trabalhou duro e lutou pelos seus objetivos, nunca deixando de sonhar. E sempre acreditando em Deus. O que ela se prontificava a fazer, fazia.

Nesses anos de vida que Deus lhe concedeu até aqui, viveu momentos de alegria e de tristeza. Vivenciou vitórias e derrotas. Deu muitas risadas, mas também chorou muito. Passou por momentos de calmaria, mas já esteve no olho do furacão. Como por exemplo...




Derick
1999 - Ano dos contrastes. O nascimento do Derick foi uma alegria num momento de muita tristeza. Ele veio não apenas para trazer felicidade, mas para consolar os corações que estavam doídos com uma perda. Em um ato covarde marginais tiraram a vida de José Carlos, pai da Simone, da Patrícia e do Júnior, marido da dona Lucélia, avô do Derick.

Foi um momento muito triste para a família toda. E não menos estressante. A Simone estava grávida de cinco meses do Derick quando recebeu a notícia que perdeu o pai e por pouco não perdeu a mãe também.

Como ter equilíbrio nesse momento? Como não ser afetado por uma situação calamitosa? Como aguentar mais quatro meses de gravidez? A resposta é simples: não tem como. É quase impossível. Porém, ela conseguiu. Foi forte o bastante para sua família assim como foi forte para o futuro bebê. Aguentou bem as pontas em meio ao caos.   

No dia 29 de junho de 1999 nascia um menino lindo (apesar da cara de joelho). O nascimento do Derick trouxe esperança, amor e alegria. E a Simone o tratou com muito amor e carinho. Hoje, com 17 anos, ele não é mais um menino. É um rapaz. Era gordinho e baixinho. Hoje é magro e alto. Maior do que os seus pais. Cresceu muito. Mas apesar do tamanho, falta ainda maturidade. E é nessa brecha que a Simone se encaixa. Sempre buscando dar conselhos, algumas vezes colocando-o de castigo. Por muitas vezes ele fica chateado com as broncas e castigos. Ah se o Derick soubesse o quanto sua mãe lhe ama. Ele não entende é que sua mãe o ama demais e quer que ele tome as melhores decisões na vida.




Antony
No dia 12 de janeiro de 2005 nasce o Antony. Outra carinha de joelho. Outra carinha de Derick. Não tem como diferenciar. Colocando a foto dos dois quando bebês lado a lado é impossível saber quem é o Antony e quem é o Derick. Eu sempre tive essa dificuldade. A Simone não. Ela sabe quem é quem. Ela sabe a diferença pelo olhar, pelo sorriso, pelo cabelo.

Assim como o Derick, o Antony chega para trazer amor e alegria. E se torna um amigão da Simone. Os dois conversam, brincam, se divertem. Vá falar alguma coisa da Simone?!?!? É arranjar briga com o Antony.

Apesar das diferenças de personalidade, os dois são filhos de Simone. O Derick tem um pouco mais do jeito (não sei se isso é bom ou ruim) e da beleza do pai (não poderia perder essa oportunidade) enquanto que o Antony puxou mais a mãe. Porém, os dois têm uma coisa em comum: o amor da mãe. Assim como a força, o carinho, o incentivo, as broncas... O desejo para que os dois cresçam homens responsáveis. Homens honestos.


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D'avó/Sky
A Simone, como dito anteriormente, trabalhou por muitos anos no Supermercado D’avo. Depois passou alguns meses gerenciando uma distribuidora de bebidas. Saindo de lá foi trabalhar como terceirizada na Teleperformance, prestando serviços para a Sky, uma empresa de televisão por assinatura via satélite, um dos braços da DirecTV. Como sempre, fez um trabalho excepcional. Passado alguns anos foi convidada a fazer parte do time da Sky, deixando de ser terceirizada. Hoje ela coordena um grupo de pessoas que trabalha no departamento de banda larga. Por vezes viaja pelo Brasil para participar de cursos e palestras.

A maioria das pessoas sabe disso. O que muitos não sabem é que ela já foi...



Enfermeira/Motorista
Meu pai, o inesquecível Seu Barriga, adoeceu e era tratado num hospital de Santo André. Várias vezes a Simone pegou o carro e levou o sogro para o hospital. Tantas outras vezes ela ajudava dona Santinha a cuidar do Carlão. O relacionamento sogro/nora passava longe deles. Era algo mais profundo. Era possível ver que o Seu Barriga tinha um carinho especial pela Simone. E vice-versa.


Professora
Ela estudou pedagogia e ama dar aula. Antes de trabalhar no D’avo ela dava aula numa escolinha. E quando se tornou membro da Igreja Batista em Jardim Popular ela dava aula para as criancinhas na EBD (Escola Bíblica Dominical) e também nos cultos da noite. Foi também líder dos jovens e adolescentes. Sempre que possível fazia os cursos da APEC (Aliança Pró Evangelização das Crianças). Ela gostava demais de dar aula. Estava sempre feliz e tinha ótimas ideias. Suas aulas nunca eram chatas. Havia sempre aprendizado e diversão.


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Poderia escrever muito mais sobre a Simone mãe, filha, amiga, empregada, chefe, incentivadora, professora, motorista, enfermeira, etc. mas vou parar por aqui. 

E como começamos com um diálogo, vamos então terminar com um...


04.01.2016

- Papai.
- Jesus.
- O Senhor está olhando para baixo de novo. Já sei. Hoje é aniversário da...
- Sim. Hoje é aniversário dela. Mais um ano que se passa.
- Quanta coisa aconteceu nesse período.
- Pois é. Coisas boas... Coisas não tão boas...
- Ela parece estar cansada.
- E está. A vida não tem sido fácil pra ninguém. Mas como Eu lhe disse: Eu nunca dou um fardo...
- ..mais pesado do que a pessoa pode carregar. Eu sei, Papai. Falei isso para os meus discípulos.
- Olha só para ela. Apesar do cansaço, está feliz pelo seu aniversário. Já ganhou muitos parabéns, beijos e abraços. Mas ela não vê a hora de receber os beijos e abraços dos seus filhos.
- Papai... se o Senhor pudesse dizer algo para ela, o que diria?
- Diria para ela se aquietar, pois eu sei das suas aflições. Diria para ela continuar lutando e nunca desistir de Mim. Nunca desistir de viver. Nunca desistir de buscar a felicidade. 
- Papai, o que o Senhor tem guardado para ela?
- Ah, meu filho. Lembra o que meu servo Paulo falou para a igreja de Corinto? 

“Olho nenhum viu, ouvido nenhum ouviu, mente nenhuma imaginou o que EU preparei para aqueles que me amam”. 

Pois é isso o que eu tenho reservado para a Simone.

FELIZ ANIVERSÁRIO SIMONE 

HAPPY BIRTHDAY