2016
pode ser considerado o ano do FORA.
FORA DILMA
A
primeira mulher eleita presidente do Brasil teve os direitos de governar o país
impedidos e aguarda a votação no Senado para saber se efetivamente perderá o
cargo. Tudo indica que a maioria dos senadores votará a favor da sua cassação.
Mas fica aqui a pergunta: quando as investigações chegarão ao mentor do que é
considerado o maior esquema de corrupção em um país democrático? Parafraseando-o:
“Nunca na história desse país...”
FORA SELEÇÃO BRASILEIRA
Um
dos países com mais tradição no torneio foi vergonhosamente eliminado na
primeira fase da Copa América Centenária. O torneio, que foi disputado em um país
com muita tradição no basquete, mas quase nenhuma no futebol, os Estados Unidos
da América, foi vencido pelo bom time do Chile que mais uma vez bateu o time da
Argentina nos pênaltis. Vale lembrar que os EUA passaram de fase. E sem querer fazer
trocadilho, mas já fazendo: Mas que fase, hein seleção?
FORA DUNGA
Um
técnico que não é técnico foi colocado para dirigir um dos símbolos maiores do
futebol mundial. E isso aconteceu duas vezes. Depois de muitas vitórias contra
times inexpressivos, de algumas contra times de tradição e várias derrotas
difíceis de serem digeridas, Marco Polo Del Nero, o dirigente que não pode
viajar para fora do país pois corre o risco de ser preso, demitiu Carlos
Caetano Bledorn Verri e contratou Adenor Leonardo Bacchi, também conhecido como
Tite.
FORA REINO UNIDO
Em
decisão histórica com potencial para mudar a geopolítica mundial, os britânicos
decidiram em referendo deixar a União Européia, bloco que envolve 28 países e
que foi criado oficialmente no dia 07 de fevereiro de 1992. Foi uma decisão
apertada – 48,1% a favor da permanência x 51,9% a favor da saída do bloco – o
que demonstra a dúvida que paira sobre a cabeça dos britânicos.
FORA SELEÇÃO INGLESA
Pouco
depois de deixar a UE, a seleção do time do país da rainha conseguiu ser
eliminada pelo time do país dos vulcões. Os ingleses viram os islandeses virarem
o placar e depois fazer a dança da vitória, uma coreografia no mínimo
interessante. Nota importante: foi a primeira participação da Islândia no
torneio. Mais uma nota importante: na Islândia há mais vulcões do que
jogadores profissionais.
FORA MICK JAGGER
Corre
um abaixo assinado, liderado pelos ingleses, por todo o planeta pedindo o
banimento de Sir Mick Jagger de todos os estádios de futebol. Um dos mitos do
rock & roll, conhecido pela coleção de mulheres e filhos espalhados pelo
mundo (um deles vive no Brasil) e também conhecido pelo vigor físico apesar da
idade, será considerado persona non grata
por todos os presidentes de futebol do planeta bola.
FORA ARGENTINA
A alegria de ver os hemarnos brasileños serem eliminados na
primeira fase se tornou em tristeza. Mais uma vez a seleção argentina foi derrotada
em uma final de torneio. Foi a quarta vez que ela chegou e não levou. E a
segunda contra o Chile. É verdade que o time fez bons jogos durante todo o
torneio, porém na final jogou abaixo da média. Teve chances para matar o jogo
e não o fez. Teve que se contentar com mais um vice e ver a festa de Sanchez e
companheiros.
FORA MESSI
O
maior jogador de futebol da atualidade, 5 vezes considerado o melhor do mundo,
super vencedor pelo supercampeão Barcelona, disse que não irá defender mais as
cores da seleção do país. Não, não estou falando da Espanha e sim da gloriosa
Argentina que não ganha um título há 23 anos. Apesar da rivalidade com nossos hermanos e a alegria de vê-los perder
mais um título, fica aqui a campanha FICA
MESSI.
Poderíamos
falar sobre todos os FORAS, mas iremos nos concentrar em apenas um: FORA REINO
UNIDO. Há alguns lugares que quero visitar antes de partir dessa para melhor e
um desses lugares é a Inglaterra. Quando adolescente era fã do inglês americano
e avesso ao inglês britânico. Achava muito sem graça. O tempo passou e, como
não sou um poste, minha opinião mudou. Hoje gosto muito do sotaque britânico e
quero muito conhecer o país da rainha. A pergunta é: será que conseguirei
entrar?
Estava
assistindo a entrevista de uma senhora inglesa. Ela diz que o país é muito
pequeno para receber tanta gente. Ela não é contra a entrada de estrangeiros,
mas é a favor de um controle maior. Oras bolas, um país tão pequeno foi
responsável por grande parte da colonização de continentes gigantescos como a
África.
No final do século XVIII e meados do século XIX, os ingleses, com enorme poder
naval e econômico, assumem a liderança da colonização africana. Combatem a
escravatura, já menos lucrativa, direcionando o comércio africano para a
exportação de ouro, marfim, tapetes e animais.
Em consequência disso, os africanos ficam com o mercado dominado pelos
interesses do Império Britânico. Para isso, os britânicos estabelecem novas colônias
na costa e passam a implantar um sistema administrativo fortemente centralizado
na mão de colonos brancos ou representantes da coroa inglesa. Os ingleses
estabelecem territórios coloniais em alguns países da África Ocidental, no nordeste e no
sudeste e no sul também do continente. – fonte: Wikipédia
Esse referendo nos leva a pensar que há muito mais em jogo
do que apenas a saída do país do maior bloco econômico do planeta.
A Europa está passando por um momento muito delicado.
Pessoas que moram em lugares que são conhecidos como zonas de conflitos de
guerra estão emigrando para países europeus à procura de uma qualidade de vida
melhor. É o caso dos sírios que há alguns meses tem chegado a países como
Itália e Grécia e de lá partem para países como Reino Unido, Alemanha e França.
O número de imigrantes cresce tão rapidamente quanto o
nacionalismo. “Eu amo o meu país, amo a minha cor, amo a minha raça. Minha raça
é pura. É nobre. É da realeza. Aliás, minha raça é melhor que a sua. Por
isso... FORA DAQUI.” Alguns iriam classificar tais atitudes como xenofobia.
Como defender uma raça pura quando vivemos num mundo tão
globalizado? E não precisamos ir para tão longe. É só olhar para nosso quintal.
Hoje a grande São Paulo vive uma mistura de idiomas. Em um pequeno tour pela
cidade é possível ouvir português, espanhol, inglês e até idiomas africanos.
Não, não estou falando de turistas e sim de bolivianos, africanos e angolanos
que deixaram o seu país de origem para buscar uma vida melhor em nosso país.
Será que nós também devemos levantar a bandeira do FORA?
Acredito que não. Acredito sim que podemos viver em harmonia. Porém, cabe à
nossas autoridades acolher essas pessoas, entender sua história, providenciar
documentos, providenciar oportunidades de emprego. Mas como podemos fazer isso
uma vez que não há emprego nem para nós que aqui nascemos? É uma boa pergunta e
a resposta parece não ser tão simples.
Para piorar a situação, um maluco bilionário chamado
Donald Trump possui chances reais de ser tornar o próximo presidente da
América. E se depender dele os Estados Unidos irão fechar suas fronteiras para
muita gente, entre eles os muçulmanos, pessoas que ele rotula como potenciais
terroristas. TODOS eles. Fica a pergunta: será que os americanos serão
estúpidos o suficiente para por esse xenófobo à frente da maior potência do
mundo? Bem, nunca duvide da estupidez humana.
Se o Reino Unido acertou em pedir para sair da União
Européia, somente o tempo dirá. Eu apostaria no não, não acertou.
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