Todos a postos. Tudo preparado e testado. Esse momento é aguardado desde 02 de outubro de 2009 quando a cidade foi escolhida para receber os Jogos Olímpicos de 2016. E o processo não foi nada fácil. A eleição ocorreu entre 2007 e 2009 e contou com a participação de sete cidades de três continentes: América (Chicago e Rio de Janeiro), Europa (Baku, Madri e Praga) e Ásia (Doha e Tóquio). Em junho de 2008 a cidade do Rio se tornou finalista ao lado das cidades de Chicago, Tóquio e Madri. E depois de muitas montagens de vídeo, lobbies e declarações polêmicas do ator Robin Williams, a cidade maravilhosa ‘ganhou’ a honra de ser sede. Com isso o Brasil não iria apenas receber a Copa do Mundo da FIFA de futebol, mas também os Jogos Olímpicos de Verão.
O
Brasil é o primeiro país da América do Sul a receber os Jogos. Antes somente o
México, que fica na América Latina, teve tal responsabilidade. E que
responsabilidade é receber o maior evento esportivo do planeta. Em 17 dias mais
de 10.500 atletas irão disputar 306 provas. Todos dando o seu melhor. Todos
representando o seu país. 5.600 jornalistas e fotógrafos estão na cidade, todos
à procura da melhor entrevista. Do melhor ângulo. E tudo sendo editado na
velocidade-luz da informação.
O
dia é 1º de abril de 2016 e a presidenta da Republica está pronta para o
discurso de abertura.
- Está tudo pronto, presidente.
- Presidenta.
- Como?
- Temer, meu querido. Me chame de
presidenta. Pre-si-den-tA.
- Meu Deus. Quanta frescura!
- O que você disse?
- Nada, presidentA.
- Muito bem. Cadê o discurso?
- Está aqui? Posso fazer uma pergunta?
- Claro.
- Será que foi uma boa idéia antecipar
o início dos jogos? Os jogos deveriam começar no dia 05 de agosto e não no dia
1º de abril.
- Se foi uma boa ideia eu não sei. Mas
foi providencial. As investigações da Lava Jato estavam chegando muito próximo.
Muuuuito próximo. Tinha que criar um paralelo para que as pessoas se
esquecessem da operação.
- É verdade. E deu certo, né? Há duas
semanas que ninguém mais fala nada.
- Claro que não. Eu falei que iria dar
um jeito naquele sujeitinho, naquele homenzinho, naquele ser de outro
planeta...
- De quem mais. Daquele verme do
Sérgio Moro.
- Como assim ‘deu um jeito’? A senhora
pediu para... Ele está...
- Eu não pedi nada e ele não está
nada. Vamos mudar de assunto. Só de pensar nesse homem eu fico toda molhadinha.
- A senhora fica o quê?
- Arrepiada... fico toda arrepiada...
de raiva. Agora, a participação do Lula? Está pronta?
- Sim, senhora presidentA.
- Pois bem. Vamos. Está na hora.
Dilma,
Temer e mais 5 seguranças se dirigem ao palco central do estádio do Maracanã,
que sediará a abertura e o encerramento dos Jogos. O estádio, como sempre, está
lindo. Pessoas do mundo todo se aglomeram nas arquibancadas coloridas. É uma
Torre de Babel festiva.
Dilma
está nervosa. Muitos ainda querem sua cabeça, apesar do esfriamento no caso da
operação Lava Jato e do súbito desaparecimento do juiz Sérgio Moro. Na sua
frente estão os papéis do discurso. O nervosismo faz com que ela não entenda
coisa alguma do que está escrito. E não é a primeira vez que isso acontece. Ela
terá que, mais uma vez, improvisar. O discurso será feito em português e um
intérprete/tradutor irá digitar a versão em inglês que será exposta nos telões
de alta definição que estão espalhados por todo o estádio.
Ela
chama Michel Temer.
- Hey, Psiu.
- Pois não, presidentA.
- To com medo.
- Medo do que?
- Medo de ser vaiada. Minha reprovação
bateu na casa dos 80%. É muita coisa.
- Fique tranquila. Isso não vai
acontecer.
- Como você pode ter certeza? Não tem
como controlar isso.
- Tem sim.
- Como?
- Na entrada do estádio distribuímos
200 dólares para cada pessoa.
- Vocês o que? Não podem fazer isso.
- Ué. Vocês não deram 400 Reais para
as pessoas irem à rua apoiar o governo?
- Sim. Mas aquilo foi diferente. Aqui
o negócio é internacional. Há jornalistas do mundo todo.
- Fique tranquila. Agora, vá lá e faça
um discurso memorável.
- Ok.
Os
alto-falantes do estádio pedem silêncio em português, inglês, espanhol, francês
e aramaico. Eles informam que a presidentA da República Federativa do Brasil
irá falar.
As
pessoas se aquietam. Silêncio total. Dilma se aproxima do microfone. Os telões
são ligados. O número 200 aparece no telão e as pessoas então começam a aplaudir
efusivamente. Por mais de 2 minutos as pessoas gritam o nome do Brasil. É uma
cena memorável. Algumas pessoas que se recusam a aplaudir tentam vaiar, mas a
tentativa é em vão. Os aplausos são ensurdecedores.
- Silence, prease. Prease,
silence.
O
povo se acalma. Todos agora estão com a atenção voltada as palavras da
presidentA.
- Companheiros e companheiras. No dia 20
de julho de 1969, o Homem pisou pela primeira vez na Lua. E digo Homem com H
maiúsculo porque tem que ser macho para entrar numa nave e voar 370.300
quilômetros.
- Ai meu Deus !!! – diz um assessor. – Ela vai improvisar...
- E lá do alto, perto do Sol, Marte,
Júpiter, esse homem teve uma visão. E essa visão era azul. E esse azul era o
planeta terra. E esse azul está na bandeira do Brasil. País que hoje sedia os
Jogos. País que amo, que vivo, que gamo. País que não tem igual. Tentam
imitá-lo, mas nunca serão. E porque não? Porque não somos iguais. E por não
sermos iguais, somo diferentes. Aqui mesmo, nesse lindo estádio, há pessoas de
todas as raças, cores, credos e descredos. Pessoas que falam línguas
diferentes, mas que graças ao Google translator conseguem se entender. E o
Google me leva a pensar na tecnologia e não há Jogos sem tecnologia. E o Brasil
que há muito foi considerado um país atrasado, um país onde os seus carros mais
pareciam carroças, hoje produz as melhores novelas do mundo. Produção
impecável. Tudo bem que as histórias são cabeludas, mas quem liga? O importante
é o padrão Globo de imagem e produção. E esse padrão vocês verão durante os
Jogos através das mais de 5.000 câmeras espalhadas por todos os ginásios e
estádios dessa cidade que não é mulher, mas é maravilha. Que não é Batman, mas
já passou anos nas trevas. Que não é Homem de Aço, mas faz nossa imaginação
voar. Você deve estar se perguntando do que estou falando. Falo de heróis e
heroínas. Homes e mulheres que deixarão seu suor nas pistas de atletismo, nas
quadras de basquete, nas piscinas da Vila Olímpica. Heróis e heroínas que irão
lutar não apenas contra o oponente, mas também contra o pernilongo da dengue,
que assim como os atletas, é um sobrevivente. É um guerreiro. É um herói. E sem
mais delongas declaro aberto os Jogos Olímpicos de Verão do ano de 2016 na
cidade maravilhosa do Rio de Janeiro.
Silêncio.
Não se consegue escutar um pio. O intérprete/tradutor desistiu na segunda frase
que a presidentA disse. De repente, o número 200 aparece nos telões e todo
mundo começa a aplaudir. Dilma abre um sorriso largo, de orelha a orelha. Esse,
sem dúvida, é o seu melhor discurso. Ela então espera o fim dos aplausos e
gritaria para poder anunciar a participação especial do ex-presidente Luís
Inácio Lula da Silva.
- Companheiros e
companheiras. Peço sua atenção para a participação de uma pessoa especial. Sou
suspeita para falar uma vez que sou o que sou por causa dele. Se pudesse
comparar diria que ele é o homo sapiens e eu seria a muié sapiens. Com vocês...
Lula.
Mais
uma salva de palmas. Lula então se aproxima do microfone e começa a discursar
com sua voz rouca.
- Brasileiros e
brasileiras. Americanos e americanas. Franceses e francesas. Cubanos e cubanas.
Parece que foi ontem que ganhamos o direito de sediar os jogos. E isso
aconteceu no governo do PT. E não posso
esquecer também que foi no meu governo que fizemos a festa em 2007 por termos
recebido a honra de receber a Copa do Mundo. Quantos ex-presidentes podem dizer
isso? Nenhum. Agora, me perguntem se recebi ajuda das burguesia ou da imprensa?
Claro que não. Recebi só porrada. Diziam que o Brasil tinha coisa mais
importante para se preocupar. Diziam que os dois eventos seriam um fiasco. Pois
bem. Está aí o legado da Copa. E logo logo teremos o legado dos Jogos. E não
pensem que os burgueses pararam de nos perseguir. Hoje temos esse tal de Sérgio
Moro que busca, ilegalmente, enfraquecer os pilares da democracia. Mas vocês
sabem por que eles fazem isso? Porque não querem que os pobres tenham acesso a
uma Copa do Mundo ou aos Jogos Olímpicos. Acreditam que somente os ricos têm
direito. Mas o PT está provando que podemos sim levar esse privilégio para
todas as camadas sociais. Tanto é que criamos em 2014 o programa Bolsa Copa.
Foi um sucesso. Pessoas dos cafundós do Brasil puderam assistir aos jogos da
Itália, do Brasil, da Alemanha. E para esse ano criamos o programa Bolsa
Olimpíadas. Com esse dinheiro o pobre terá direito a levar sua família até o
Rio de Janeiro com tudo pago pelo governo. Quantos aqui hoje não estão usufruindo
desse programa? E é por isso que digo...
BUUUUUUUUUUUUUUUMMMMMMM
Uma
explosão ensurdecedora faz com que Lula interrompa seu discurso. Gritaria geral
nas arquibancadas. Um helicóptero se aproxima do centro do estádio. Pousa e de
dentro saem homens fardados e carregando metralhadoras. Dois deles carregam o
que parece ser bazucas. Um deles aponta a bazuca para o local onde estão Lula e
Dilma.
No
telão é possível ver a figura de um homem. No começo ninguém acredita. É
impossível. Ele foi dado como morto pelo governo norte-americano em 2 de maio
de 2011. Obama, que está sentado junto à outros chefes de estado, demora alguns
segundos para entender o que está acontecendo. Vira para o lado e pergunta para
Vladimir Putin, presidente da Rússia.
- Aquele é quem penso que é?
- É o que parece.
- Mas ele não... eu vi quando ele...
eu dei a ordem para matá-lo...
- Parece que você foi enganado. Aliás,
nós todos fomos enganados.
- Ah, é sim. Para quem inventou que
pisou na lua...
- Vladimir, por favor, essa história
de novo não. Já te mostrei milhares de vídeos mostrando Neil Armstrong dando o
primeiro passo na Lua. Meu Deus. Vocês russos são...
- Senhor. – um
agente secreto encarregado da segurança de Obama interrompe a conversa – Precisamos tirá-lo daqui.
Um
homem aparece e com uma arma apontada para Obama diz:
- Ninguém vai a lugar algum.
Enquanto
isso, Lula e Dilma...
- Companheira, você convidou o
companheiro Osama para a festa?
- Não. Nem sabia que ele estava vivo.
E agora? O que faremos?
- Não sei. Não faço a menor ideia.
- Cadê o responsável pela segurança?
- Não há responsável.
- O QUÊ?????
- Tivemos que cortar gastos. Esse
processo da Lava Jato levou todo nosso dinheiro.
- Mas foram gastos bilhões com esses
Jogos.
- Sim, mas boa parte desse dinheiro
foi utilizada para pagar nossos ‘parceiros’.
- Mas eu li que vocês contrataram os
serviços do FBI.
- Não, foi do FPI – Federal Paraguayan
Investigation.
- Meu Deus.
Enquanto
Dilma e Lula discutem o dinheiro gasto na segurança dos Jogos, Osama Bin Laden
começa a falar. E num inglês perfeito.
- Queridos fiéis e infiéis. Vejo que
todos estão surpresos com minha aparição. Bem, quase todos. Porque há pessoas
que sabiam que os demônios americanos forjaram minha morte. Que esses malditos
inventaram essa história apenas para dar uma satisfação ao mundo, pois eles
acham que são donos do mundo. Mas isso termina aqui. Hoje o mundo testemunhará
a queda do Império do Mal. Por favor, olhem para o centro do estádio.
No
meio do estádio está a delegação norte-americana. Todos os atletas estão
amarrados. Alguns deles sangrando. Em volta é possível ver várias caixas. São
bombas.
- Como vocês podem ver,
iremos explodir toda a delegação do Império do Mal. Mas não é só isso. Aqueles
que os ajudaram também fazem parte desse Império.
Então
uma a uma as delegações da Itália, da Grã Bretanha, da Alemanha e de todos os
outros países que apoiaram os EUA são levadas ao centro.
- Isso parece errado, mas
não é. Errado é deixar que esses infiéis continuem mandando no mundo.
Nesse
momento, Obama é levado para perto de Osama. Os dois agora aparecem no telão.
- Aqui está o chefe maior do Império.
Tem algo a dizer?
- Sim. Uma dúvida. Onde você esteve
escondido todo esse tempo?
- Em Miami. Há um resort lá
simplesmente fantástico. Com piscina, frigobar, televisão com mais de 150
canais. O nome do resort é Eternally Happy e recomendo para todos que queiram
deixar um pouco o stress da vida louca de lado. Mas chega de propaganda gratuita.
Quero lhe dar uma opção.
- Diga.
- A sua vida pela vida dos atletas.
- Fechado.
- Mas não só a sua. A da sua mulher,
dos seus filhos e de todos os outros chefes de estado e suas respectivas
famílias. Vocês têm 30 minutos para decidir.
Silêncio.
Os chefes trocam olhares. Eles tinham entendido direito? Deveriam se
sacrificar? Estariam todos dispostos? E
seus familiares? Todos se reúnem e começam a discutir. Depois de muitos sins e
nãos, de muito choro e soluço, eles chegam a um denominador comum.
- E então?- pergunta
um Bin Laden impaciente.
- Se é para o bem mundial – diz
Obama - Sim, iremos para o sacrifício.
- Pois bem. Pela primeira vez vocês
tomam uma decisão correta. QUE SEJA FEITA A TROCA.
Alívio
entre os atletas. Desespero entre os familiares dos chefes de estado. Alguns
precisavam morrer para que muitos sobrevivessem.
Enquanto
Bin Laden observa a troca, sente algo puxar sua barba. É o ex-presidente Lula.
- Companheiro Ladinho.
- Lula?!?!? Olá. Quanto tempo.
- Pois é. Como vão as 20 esposas, 118
filhos e 80 netos?
- Todos bem, na graça de Alá. E você?
Tudo bem por aqui?
- Mais ou menos. Mais ou menos. O negócio
não ta fácil.
- Eu sei. Eu
vi no The New York Times. Estão
querendo a cabeça da Dilma.
- Isso mesmo. E por isso preciso da
sua ajuda.
- O que você quiser.
- Seria legal se a Dilma pudesse fazer
um discurso antes da execução.
- Tem certeza disso? Isso poderá ser
visto como marketing negativo.
- Fique tranquilo. Eu transformarei em
marketing positivo.
- Grande Lula. Sempre usando as
situações mais inusitadas para fazer marketing político. Eu te invejo, viu? Se
tivéssemos uns três como você as pessoas não teriam uma ideia tão errada do
Talibã.
- Obrigado, companheiro Ladinho.
Podemos fazer o discurso?
- Claro. Vocês são os anfitriões.
- Ótimo.
Lula
da um abraço em Osama e segue em direção ao local onde Dilma está. Ela não sabe
ainda que fará um discurso. Ela está conversando com Michel Temer. Lula puxa os
dois de lado.
- Encontrei uma brecha nessa situação
horrenda para alavancar a sua popularidade.
- Lula, eu não vou tirar a roupa. Já
falei isso.
- Quem está falando em você tirar a
roupa? Você vai discursar.
- Ah, ta. Mas será que irá funcionar?
- Como você e Ladinho são pessoas de
pouca fé. Claro que dará certo.
Nesse
exato momento a troca é finalizada. Osama então aparece no vídeo e informa que
a presidente da República Federativa do Brasil gostaria de endereçar algumas
palavras ao povo não só do país, mas do planeta todo. Ele então passa a palavra
à Dilma.
- Brasileiros e brasileiras. Estrangeiros e estrangeiras. Baixinhos e
baixinhas. Sim, estou citando o cumprimento utilizado por anos por um ícone
brasileiro e mundial: Xuxa. E faço isso porque no mundo temos baixinhos e
baixinhas, altinhos e altinhas, gordinhos e gordinhas. Isso meus queridos se
chama globalização. E nessa globalização há espaço para o ontem, o hoje e o
amanhã. O ontem nunca será. O hoje ainda pode ser. E o amanhã, já foi?
- Meu Deus !!! –
sussurra Lula ao ouvido de Temer – Ela
vai improvisar de novo?
- É o que parece. –
diz Temer
- Estão fazendo a tradução simultânea?
- Está sim. Estou vendo no telão.
E
assim Dilma discursa por quase duas horas. Nesse meio tempo tiveram que
arranjar outro intérprete/tradutor, pois o primeiro teve um colapso mental e
nervoso.
-... e aqui estamos nesse
impasse. Atletas ou políticos? Homens ou mulheres? Meninos ou meninas?, como
diria o poeta Renato Russo. Não sei. Quem sou eu? Eu pergunto e eu mesmo
respondo: ninguém. Mas se eu sou ninguém, quem são eles? Quem são vocês? Quem
somos nós? E por onde está Wally? Na América? Na Europa? Na África Central? No
Poló Norte, Sul ou Central? Isso nos leva novamente a palavra mágica:
globalização. Porque se há algo...
BANG
!!!!!
Alguém
atira. Todos olham para Dilma para ver se o tiro a atingiu. Ela está bem. O
tiro acertou o microfone. Ela tenta falar, mas não consegue. A figura de Bin
Laden aparece na tela. Os cabelos da cabeça e da barba estão arrepiados. Ele
então pede outro microfone e começa a falar.
- Fiéis e infiéis. Acabo de mudar de
ideia. Todos os chefes de estado e seus respectivos familiares estão livres. No
lugar deles, coloquem essa tal de Dilma e em volta dela coloquem todo arsenal
de bomba para que não haja chance alguma de sobrevivência.
O
povo que está sonolento de repente acorda e vibra numa explosão de aplausos e
gritos.
- Pensei que a situação no Iraque
estava ruim, mas vejo que aqui no Brasil o negócio está pior. Vou agora para
casa no meu jatinho G6 e verei os jogos pela tela 60 polegadas que tem lá no
resort em Miami. Minha mensagem final é: boa sorte povo brasileiro. Vocês
precisam e muito.
E
com essas palavras ele se dirige ao helicóptero enquanto 2 soldados pegam Dilma
e a levam ao centro do estádio. Ela grita, pede por ajuda, procura por Lula,
mas ele está ocupado falando com Temer.
- E agora, Lula. O que faremos?
- Um discurso.
- Como ??????
- Esse momento é perfeito. A
constituição diz que, em caso de morte do presidente por meio de bomba em ato
terrorista, o vice não poderá ser eleito. Deverão ser conclamadas novas
eleições. E com isso eu estou de volta a bagaça.
- Ah, para Temer. O PMDB nunca elegeu
um presidente, mas sempre teve alguém no governo. Sempre mamou nas tetas do
poder por meio de vices, ministros, secretários.
- Isso é verdade.
- Pois então. Chegou a nossa hora.
- Beleza. Vou arrumar tudo. Vou pedir
para deixarem você falar antes da execução da presidente. Digo, presidentA.
Hahahahaha !!!
Temer
então vai preparar o discurso e Lula vai para o camarim montado em um dos
camarotes do estádio. Vai pentear os poucos fios que ainda tem e dar uma
ajeitada na barba e bigode. Precisa estar apresentável. Enquanto isso Dilma é
amarrada a um poste no centro do estádio e é acorrentada. Ao seu lado os
soldados colocam quilos e mais quilos de TNT. Um dos soldados então pergunta.
- Mas... esses quilos de TNT irão
fazer um estrago não somente a ela, mas ao campo e muito provavelmente as pessoas
que estão na parte de baixo da arquibancada.
- Eu sei.
– responde outro soldado – mas o chefe
mandou, ta mandado. Vamos fazer isso e dar o fora daqui. Meus 12 filhos estão
me esperando.
Passam-se
20 minutos e a imagem de Lula aparece no telão. Todas as atenções estão
voltadas a ele. Do centro, chorando, Dilma olha para aquele que ela tinha como
mentor e amigo. Ela espera que ele olhe de volta. Quem sabe assim ele se lembre
do que ambos passaram juntos e tenha misericórdia. Mas isso não acontece. Lula
está pensando somente numa coisa: eleições. E em suas mãos está o discurso
preparado sob medida. Ele então pede silêncio. Todos respeitam o pedido. Ele
respira fundo e diz...
- Companheiros e companheiras...
- Companheiros e companheiras...
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